OS EFEITOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
As guerras tiveram um impacto não só económico mas
também social. Devido à utilização de meios bélicos mais poderosos houve um
bloqueio nas relações com as colónias.
A actividade da marinha mercante foi reduzida
resultando numa escassez de produtos manufacturados nas colónias pelo facto
destes possuírem indústrias. Houve uma queda dos preços dos produtos básicos e
elevação dos artigos importados.
Logo após a IIº Guerra Mundial, as potências
europeias, debilitadas pelos efeitos do conflito, tentaram corrigir os erros do
anterior conflito no que diz respeito às possessões coloniais. A França e a
Grã-Bretanha adoptam algumas medidas legislativas, nomeadamente a abolição do
Estatuto dos Indígenas, concederam direitos sindicais aos africanos e
autorizaram a criação de partidos políticos.
A II. Guerra Mundial foi o factor externo que
permitiu a consolidação do nacionalismo em África. Estima-se que nos
territórios franceses, foram recrutados 127320 soldados da África Oriental
Francesa (AOF), 15500 na África Equatorial Francesa (AEF) e 34000 em Madagáscar.
Logo após a IIº Guerra Mundial, a França autorizou a
participação dos africanos na vida política. É assim que, em Novembro de 1945,
Leopold Sedar Senghor e Lamine Guéye (Senegal), Félix Houphouet-Boigny( Costado
Marfim), Apithy Sourou Migan( Daomé), Fily Dabo Cissoko( Sudão Francês) e
Yacine Diallo( Guiné-Conakri) foram eleitos para a Assembleia Constituinte,
afim de representarem a África Ocidental francesa.
A legislação de maior impacto foi o decreto de 20 de
Fevereiro de 1946, que suprimiu o indigenato e a lei de 11de Abril de 1946 sobre
a abolição do trabalho forçado.
Os nacionalistas africanos encontraram na ONU um importante aliado e um bom campo de
batalha para reivindicar a independência. Alias, a carta das Nações Unidas
defendia o princípio da autodeterminação.
A aprovação da carta das Nações Unidas (1945) e da
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) vai criar o quadro político e
legislativo internacional que porá fim ao colonialismo.
Enquanto as restantes potencias coloniais em África,
em função desta nova realidade, preparavam a transferência do poder politico
para os africanos, Portugal decidiu prosseguir a sua politica de colonização,
A conferência de Bandung, ao aprovar um conjunto de
princípios deu um alento significativo às lutas de libertação em África. A conferência
decorreu entre os dias 18 a 24 e Abril de 1955, aprovou dez princípios.
Dos pontos aprovados encontra-se o princípio de igualdade
entre as raças, o respeito pelos direitos fundamentais do homem, de acordo com
os objectivos e os princípios enunciados pela Carta das Nações Unidas,
resolução dos conflitos por via pacífica, cooperação mútua e a neutralidade na
guerra fria.
A elite política portuguesa manteve-se remitente na
aplicação da sua política colonial. Em vez de preparar as condições para a
transferência do poder, aprovou leis que restringiam a cidadania, expropriação
de terras, reforçou os impostos obrigatórios e o trabalho forçado.
Esta politica retirou espaço económico e social dos
nativos, facilitou o aumento da segregação racial e alargou o fosso entre
colonizados e colonizadores.
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